Você sabia que nem toda foliculite manifestada no couro cabeludo é uma foliculite decalvante? Quem sofre deste tipo de foliculite reclama dos seus sintomas, como as lesões dolorosas e coceiras no local.
No entanto, a queda de cabelo é um dos fatores mais temidos entre os que possuem a condição recorrente.
De acordo com dermatologistas, a foliculite quando manifesta-se no couro cabeludo também possui algumas variações, dependendo do seu agente causador.
Por isso, nem todas elas podem ser consideradas decalvantes. No entanto, todas as variações de foliculite no couro cabeludo, provocam pequenas “espinhas” vermelhas com ou sem pus, de forma isolada. Já a foliculite na nuca é muito comum ser decalvante.
A foliculite decalvante, no entanto, é um tipo mais preocupante, pois as lesões podem alastrar em grande número, formando até placas no local.
Neste caso, ela destrói completamente o folículo capilar e causa queda de cabelo irreversível, podendo até deixar marcas.
Mas não se apavore, embora a foliculite decalvante não tenha cura, a condição possui tratamento eficaz.
Saiba abaixo tudo sobre a condição e como tratá-la de maneira mais adequada!
Foliculite no couro cabeludo
A foliculite é descrita por especialistas como uma inflamação do folículo piloso, estrutura de onde os pelos crescem e se desenvolvem na hipoderme (camada interna da pele), que, dependendo do agente causador pode ocorrer em várias partes do corpo onde há a presença de pêlos.
Quando se apresenta no couro cabeludo é chamada de foliculite capilar. E como toda foliculite, a que se manifesta no couro cabeludo pode ter diversas causas, podendo ser infecciosa ou inflamatória, superficial ou profunda.
No caso de uma foliculite capilar infecciosa, ela é causada por microorganismos que invadem o folículo piloso, desencadeando uma reação inflamatória, geralmente de ordem bacteriana, fúngica ou viral.
A diferença é que a foliculite infecciosa sempre provoca uma inflamação, mas nem toda foliculite inflamatória é causada por um agente infeccioso, ou seja, provocada por microorganismos.
Nesse sentido, a foliculite inflamatória costuma se dar alterações na imunidade, formato do pêlo que cresce para dentro ou por causas desconhecidas.
Os principais tipos de foliculite no couro cabeludo considerados inflamatórios são a foliculite decalvante, a foliculite dissecante (bastante rara e recidivante) e a foliculite queloidiana da nuca (atrás do pescoço).
O que é foliculite decalvante?
Nem toda foliculite no couro cabeludo é decalvante, apenas quando há perda de cabelo.
Neste caso em particular, a condição caracteriza-se por uma condição inflamatória crônica (a longo prazo), que pode ser apenas inflamatória ou infecciosa.
A foliculite decalvante costuma se manifestar na forma de politriquia, com o aparecimento de pústulas, feridas e crostas semelhantes a escamas na região, causando a destruição completa do folículo piloso e alopecia (queda de cabelo) por consequência.
Ela começa a se manifestar na região do vértex (topo) da cabeça e vai se alastrando de maneira centrífuga a partir do vértice e região occipital.
Durante o processo de cicatrização das lesões, a condição pode evoluir provocando falhas no couro cabeludo, resultando em alopecia cicatricial progressiva, que não deixa nascer mais cabelos no local afetado.
A foliculite decalvante também pode afetar outras áreas cobertas por pelos, como a região da barba, axilas, região pubiana e pernas, embora seja muito raro.
Essa condição costuma acometer adolescentes e jovens adultos, do sexo masculino, principalmente negros.
Causas da foliculite decalvante
As causas da doença são pouco definidas, mas afirma-se que no caso da foliculite decalvante infecciosa, ela pode ser causada por infecção bacteriana ou fúngica, mas também por vírus.
Já no caso da foliculite inflamatória, a causa está relacionada à alterações imunológicas.
Os principais microrganismos causadores são a bactéria Staphylococcus aureus, Pseudomonas, Malassezia, Candida, fungos do gênero Trichophyton e Microsporum e herpesvírus.
Principais sintomas da foliculite decalvante
Como em todos os tipos de foliculite, a foliculite decalvante também pode ser superficial ou profunda, sendo que os principais sintomas são, a depender se inflamatória ou infecciosa:
- pequenas espinhas avermelhadas, com ou sem pus;
- pele da região avermelhada e inflamada;
- lesões formando placas altas e grossas de pele;
- coceira intensa;
- sensibilidade na região e dor;
- secreção e descamação no couro cabeludo;
- formação de furúnculos purulentos;
- cicatrizes após o desaparecimento das lesões;
- destruição total ou parcial do folículo piloso;
- perda definitiva ou temporária dos cabelos da região, a depender do comprometimento do folículo piloso.
Foliculite decalvante tem cura?
As foliculites em geral não têm cura. Sendo assim, a foliculite decalvante não é diferente.
No entanto, ela pode ser totalmente controlada através de um diagnóstico preciso e tratamento adequado.
Apesar disso, o tratamento pode não ser tão fácil e rápido, quando comparado a outros tipos de foliculites, principalmente se for de ordem infecciosa.
Mesmo assim, há várias opções possíveis, como citaremos abaixo.
Tratamento para foliculite decalvante
O tratamento da foliculite decalvante depende exclusivamente do seu agente causador, isto é, se for infecciosa ou apenas inflamatória, bem como da extensão do acometimento das lesões, isto é, se superficial ou profunda.
Quando diagnosticamos o agente causador, fica mais fácil tomar as medidas específicas e iniciar o tratamento mais adequado.
No entanto, todo e qualquer tratamento deverá tomar como base, fortalecer a imunidade do paciente e bloquear a causa da doença.
Mas se você sofre de foliculite decalvante, não precisa se desesperar. Embora a condição seja incômoda e um tanto preocupante quando se alastra, é possível tratar e amenizar os sintomas com algumas opções de medicamentos e cuidados.
A verdade é que tratar esse tipo de foliculite é um grande desafio, por conta das inúmeras recidivas e controle da doença por longos períodos.
No entanto, são muitas opções terapêuticas que podem ser abordadas através do uso de antibióticos orais sistêmicos e tópicos, corticosteróides tópicos, sistêmicos e intralesionais, isotretinoína e dapsona.
Nos casos mais graves, recomenda-se antibióticos orais, por períodos mais prolongados, visto que o efeito anti-inflamatório de antimicrobianos diminui o risco de recidivas.
Além disso, existem outras opções através do uso de isotretinoína oral, suplementação de zinco, dapsona e lazer.
Em estágios mais avançados e quadros mais profundos, com risco de danificação permanente dos folículos e perda de cabelo, faz-se necessário procedimentos cirúrgicos para drenagem das lesões e retiradas dos nódulos.
O importante é manter o acompanhamento médico e seguir todas as recomendações à risca pelos períodos determinados.
Opções de shampoo para foliculite decalvante
Existem algumas opções de shampoos no mercado que prometem uma limpeza profunda ou um “detox” do couro cabeludo, controle de oleosidade e queda de cabelo.
No entanto, muitos desses produtos não são específicos para o tratamento da foliculite decalvante e não podem resolver o problema, apenas aliviar alguns sintomas.
Em casos da foliculite decalvante ocasionada por fungos, recomenda-se o uso de shampoo antifúngico, normalmente composto por Cetoconazol.
Já nos casos da foliculite decalvante causada por bactéria, o ideal é fazer a aplicação de shampoos à base de antibióticos, como Eritromicina ou Clindamicina.